clara cestari atelier: "A arte do fogo através dos tempos"

No Egito, a arte de vidrar é datada em cerca de 3000 anos a.C. Colares de faianças vidradas aparecem entre as relíquias do 3o. Milénio, juntamente com estatuetas e amuletos. O mais velho fragmento de cerâmica vidrada foi feito em policromia, trazendo o nome do rei Mens do Egipto. Outras manifestações importantes na história da cerâmica foram os Babilónicos e os assírios que utilizavam cerâmica com ladrilhos esmaltados em azul, cinza azulado e creme e ainda relevos decorados (século VI a.C.), bem como os persas com sua fabricação de objectos em argila cozida em alto brilho, e das cores obtidas misturando óxidos metálicos, método usado ainda nos nossos dias.

A Arte do Fogo

De origem árabe, a maiólica ou faiança, chegou a Europa entrando pela Ilha de Maiorca na Espanha, no séc XIV, trazida por mercadores islamitas.
A palavra “faiance” deriva do nome da cidade de Faenza, importante centro cerâmico italiano no período renascentista (séc XV e XVI) e é de origem francesa.
Ela designa produto cerâmico de pasta tenra, envernizada ou esmaltada.
A escola de Faenza ganhou tanta celebridade, que deu seu nome a todos os objetos de cerâmica, que da Itália, se difundiam pela Europa.
Belas faianças foram criadas na França, Áustria, em Meissen na Alemanha e na cidade de Delft nos Países Baixos, famosa por sua cerâmica branca decorada com azul.
A técnica da esmaltação foi desenvolvida a partir da necessidade de se obter uma superfície onde as cores fossem realçadas, cobrindo a argila de cor avermelhada, assemelhando-a assim, a tão apreciada porcelana chinesa.
A decoração, dá-se sobre o esmalte ainda cru, mais uma camada vítrea e a cerâmica vai ao forno uma única vez.
Ainda hoje, a produção de maiólica ou faiança permanece praticamente inalterada.
O torno e o forno são aliados às mãos experientes dos artesãos.

No Brasil, a aplicação do pigmento, dá-se sobre a cerâmica já esmaltada e queimada.
O diferencial dessa técnica, parte do princípio de que, para a obtenção de um resultado satisfatório em termos de côres e conseqüente qualidade, o objeto cerâmico deverá passar por sucessivas queimas, e repintura a cada queima.